Audiência pública sobre ônibus coletivo lota Câmara de Itapetininga

Temas abordados foram atrasos e diminuição das linhas de ônibus.
Falta de passageiros é motivo dos problemas, diz diretor de empresa.


A audiência pública entre moradores, vereadores, diretor da empresa de ônibus Viação Rosa e a prefeita Simone Marquetto deixou o plenário da Câmara Municipal lotado, na noite desta quinta-feira (2), em Itapetininga (SP). A audiência durou mais de duas horas e discutiu os problemas do transporte coletivo na cidade. Os moradores fizeram perguntas e sugestões para melhoria dos serviços realizados pela Viação Rosa.

Os temas debatidos foram os atrasos no horário das linhas de ônibus, a diminuição de viagens e a troca da frota por veículos antigos. De acordo com a prefeita Simone Marquetto, os problemas apresentados serão analisados. “A comissão da Câmara dos Vereadores vai encaminhar todas as sugestões por escrito. Agora vamos tomar uma decisão com o respaldo jurídico”, explica.
Segundo o diretor da Viação Rosa Claudinei Castanha, desde 2013, quando a empresa começou a realizar os serviços na cidade, ela trabalha no vermelho por falta de passageiros. Segundo ele, isso acarretou nos problemas apresentados na audiência.

“O sistema de táxi rotativo é uma concorrência predatória, porque eles não respeitam horários, ponto de ônibus e operam onde querem. Sabemos que a população não tem condições de pagar uma tarifa alta, mas precisamos entrar em algum acordo para que a empresa não fique no prejuízo”, afirma o diretor.
Ainda segundo Claudinei, alguns ônibus foram substituídos por outros maios velhos, mas garante que vai conversar com a prefeitura para buscar melhorias. “Queremos buscar uma solução que minimize o prejuízo que a empresa tem atualmente para que possamos buscar melhorias nos serviços prestados”, conclui.
Para o presidente da Câmara Etson Brun, a sociedade tem o direito de saber quais seus direitos e deveres. “A população tem que saber por que de não ter um ponto de ônibus coberto, ou o motivo de não ter uma linha permissionária no seu bairro. A empresa tem que esclarecer essas dúvidas”, explica.
Transtornos
A falta de acessibilidade foi um dos temas debatidos durante a audiência. Vinícius Mota de Proença, por exemplo, é cadeirante e conta que depois da troca de alguns ônibus, as plataformas de acesso não estão funcionando.

“É constrangedor você sair do trabalho e demorar para chegar em casa porque o elevador do ônibus não está funcionando. Tenho que esperar por uma hora para verificar se no próximo ônibus a plataforma vai funcionar”, afirma Vinícius.
A dona de casa Jaqueline Pedrinho Silvado do Prado mora no Bairro Gramadinho e reclama que os horários de ônibus no bairro não são cumpridos. “Fui ao ponto esperar o ônibus que passa ao meio-dia, porém ele não passou. Tive que esperar até 13h10 para pegar outro, com tempo formando chuva e com minha filha de oito meses no colo. Está ficando cada vez mais difícil utilizar o transporte público”, conta.
O professor Darcy Figueira compareceu à audiência e sugeriu melhorias no horário das linhas. “Cerca de 70% da população depende do transporte público. Então, nós temos que cobrar por melhorias. Se não fizermos isso, a situação vai continuar a mesma”, afirma.
A reportagem  foi ao Terminal Rodoviário da cidade, no Centro, e a principal reclamação dos moradores foi o atraso nas linhas de ônibus.  A estudante Natália Roberta Rodrigues diz que já perdeu aulas por causa do atraso. “O ônibus atrasou e a gente acabou perdendo o ônibus do colégio”, afirma.
A cozinheira Helena Bisof também reclama sobre as demoras. “Fico das 20h às 8h no hospital, quando saio só tem ônibus depois das 9h. Fico uma hora esperando aqui. É mais fácil andar a pé.”

Outra reclamação é a falta de iluminação no Terminal Rodoviário. “Aqui está faltando iluminação. Às vezes tem mulher e criança que precisam esperar o ônibus à noite e é tudo no escuro”, reclama o pedreiro Ailton Agibert.
Em dezembro de 2016 motoristas da Rosa Turismo entraram em greve duas vezes no mês. Eles alegaram que não receberam o pagamento de salários e o vale refeição. E em janeiro deste ano a empresa fez alterações de linhas e horários alegando falta de demanda, o que gerou mais transtornos para a população.
Reclamação de moradores motivou audiência pública em Itapetininga (Foto: Reprodução/TV TEM)
Fonte: G1

Leia também: