Segundo levantamento, 60 casos foram registrados desde o início do ano.
Maioria das vítimas é criança de até 12 anos, diz Creas.
Casos de abuso e violência sexual contra crianças e adolescentes cresceram em Itapetininga (SP) este ano, de acordo com um levantamento feito pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) da cidade. Segundo a pesquisa, 60 ocorrências já foram registradas no município nos três primeiros meses do ano e a maioria das vítimas é criança de até 12 anos. Em 2015, foram 240 casos registrados durante o ano todo.
De acordo com Cristina Sayuri Akiyoshi Dias Batista, coordenadora da Rede de Enfrentamento e Combate à Violência, que é ligado ao Creas, o perfil dos agressores mudou. Antes, os crimes aconteciam dentro das casas. Agora, houve um crescimento de casos envolvendo vizinhos, conhecidos e desconhecidos.
“Tivemos muitos casos que aconteceram com agressores que não pertenciam à família. Então, são agressores desconhecidos, que acabam violentando a criança por ela estar sozinha na rua ou na casa. A partir desse dado, nós estamos fazendo um trabalho de orientação aos pais para que eles não permitam que as crianças fiquem sozinhas”, diz.
Para ajudar as famílias que passam por esse tipo de trauma, o Creas está disponibilizando auxílio psicológico, além de atendimentos com enfermeiros e conselheiros tutelares. “Nosso município está longe do que seria ideal quanto ao serviço de combate para este tipo de violência. Estamos disponibilizando ajudas para as famílias, mas é muito importante que esses tipos de casos sejam denunciados o quanto antes”, comenta Cristina.
Dados policiais
De acordo com a delegada da Delegacia da Mulher na cidade, Leila Marley Souza Tardelli, crianças entre 0 e 12 anos geralmente são violentadas dentro da própria casa. Contudo, dos 12 aos 17 anos, são vítimas de abusos fora das residências devido à exposição nas redes sociais.
De acordo com a delegada da Delegacia da Mulher na cidade, Leila Marley Souza Tardelli, crianças entre 0 e 12 anos geralmente são violentadas dentro da própria casa. Contudo, dos 12 aos 17 anos, são vítimas de abusos fora das residências devido à exposição nas redes sociais.
“Nesta faixa de idade o problema acontece por pegar carona com estranhos, expor fotografias na internet e também quando falta cuidado por parte dos pais. Nos casos com crianças, por exemplo, geralmente é uma violência presumida. Por isso, o nome é estupro de vulnerável, mesmo que, em muitos casos, não haja a consumação do ato”, explica.
Ainda segundo a delegada, a denúncia é importante para a solução dos crimes e deve ser feita tanto pelas vítimas quanto pelos familiares. “Em relação à autoria desconhecida, isso é preocupante. A vítima precisa urgentemente notificar e fazer a denúncia. Normalmente ela sente dificuldade de relatar, então, de qualquer maneira, os pais devem prestar atenção no comportamento dos filhos”, ressalta.
Fonte: G1