Caso Susana: suspeito voltou a trabalhar em condomínio de luxo como pedreiro após matar mulher, diz polícia

 Raimundo Pessoa foi preso três dias depois que o corpo de Susana foi encontrado em área de mata. Câmeras flagraram momento da abordagem no centro de Itapetininga (SP) e o suspeito voltando ao local de trabalho.


O homem que foi preso neste domingo (21) suspeito de roubar e matar Susana Dias Batista, de 47 anos, voltou a trabalhar como pedreiro em um condomínio de luxo logo após cometer o crime em Itapetininga (SP), de acordo com a Polícia Civil.

Câmeras de segurança flagraram Raimundo Nonato da Silva Pessoa às 15h36 de quarta-feira (17), próximo ao local onde a picape que a vítima utilizava foi abandonada.

Segundo o delegado Agnaldo Nogueira, o homem entrou no condomínio às 15h50 e a polícia identificou a obra onde ele trabalhava como pedreiro. Raimundo teve a prisão decretada na sexta-feira (19) e foi detido na noite de domingo (21) na Vila Nastri II, na casa de um amigo.

"Tivemos como base todo o sistema de monitoramento dos comércios da cidade, a partir do momento em que a vítima foi abordada e o veículo foi abandonado. Reconstruímos o trajeto e conseguimos testemunhas que identificaram ele como o indivíduo que abordou Susana. Foi aí que o identificamos. Raimundo entrou no condomínio às 15h50, logo após o abandonar o carro, trajando a mesma roupa e boné", explica o delegado.

Susana desapareceu na quarta (17) após sair para trabalhar com a picape da empresa onde trabalhava, em Itapetininga. Horas depois, o veículo foi achado abandonado na Avenida Wenceslau Braz com uma das rodas danificadas e os bancos empurrados para frente.

Já o corpo de Susana foi encontrado por parentes que faziam buscas às margens da Rodovia Vereador Humberto Pellegrini (SP-268), entre Itapetininga e Alambari (SP), onde a mulher tinha sido vista pela última vez por dois ciclistas, conforme a família.

A polícia informou que Susana estava seminua, com vários hematomas no rosto e um ferimento profundo na parte de trás da cabeça. Em depoimento, Raimundo confessou que matou a vítima, mas negou o estupro, o que ainda está sendo investigado.

Ainda conforme a Polícia Civil, Raimundo disse que o objetivo era roubar a vítima, e ele levou o celular dela durante a ação. Ele também alegou que não estava armado no momento da abordagem.

"Ele afirma que o objetivo era apenas fugir do local e pediu para Susana seguir com o veículo em linha reta. Ou seja, não havia local determinado. Ele pediu para ela parar no acostamento, que adentrasse na mata e se despisse. Diz ele que o objetivo era fazer uma revista melhor para ver se ela não tinha dinheiro. Mas acreditamos que ele mudou a conduta e partiu para abusar da vítima", conta o delegado.

Abordagem

Susana Batista desapareceu na tarde de quarta-feira quando saiu para almoçar com o carro da empresa. Desde então, amigos e parentes comunicaram a polícia e começaram a fazer buscas por ela.

A filha de Susana, Tainá Cesar, de 25 anos, contou que, assim que recebeu a notícia do desaparecimento, rastreou o celular da mãe e a procurou pelos locais onde ela teria passado.

"Vi que o sinal do celular da minha mãe indicou que ela passou por uma farmácia e depois por Alambari. Fui até os comércios e pedi as imagens. Consegui vídeos e descobri que minha mãe foi abordada por um homem, ainda na farmácia", conta a jovem.

No vídeo gravado por uma das câmeras de segurança, por volta das 14h30, é possível ver a picape que Susana utilizava estacionada na Rua Padre Albuquerque, no centro de Itapetininga, e uma possível abordagem.

Raimundo se aproxima, olha em volta, e aparenta entrar no veículo pela porta do motorista.

Cerca de dez minutos depois, o veículo da empresa foi visto pela Avenida Dr Ciro Albuquerque, próximo a uma empresa de energia. Um câmera de segurança flagrou a picape passando pelo trecho às 14h49, sentido Alambari, e retornando às 15h27.

Da segunda vez que a picape passa pela avenida, aparentemente, é o suspeito quem está na direção do veículo. Neste momento, ele bate na guia e invade a calçada, quase atingindo um poste e danificando uma das rodas da picape.

Velório

O corpo de Susana foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) no início da tarde de sexta-feira (19). O velório foi realizado logo depois, na Paróquia São João Batista, com caixão fechado. Às 15h, começou uma missa de corpo presente, e o sepultamento por volta das 17h no Cemitério São João Batista.

Conforme apurado, a igreja comporta 534 pessoas e ficou lotada na tarde desta sexta-feira (19). Susana fazia parte de um grupo na paróquia que ajudava famílias em situação de vulnerabilidade.

No sábado (20), um grupo de moradores foi às ruas de Itapetininga para protestar contra a violência sofrida pelas mulheres e homenagear Susana Dias Batista.

Nas faixas e cartazes, os moradores escreveram "quando uma mulher é morta, todas nós morremos um pouco", "exigimos segurança", e "estamos aqui pedindo mais segurança".


 


Fonte: G1

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