Número de partos normais supera o de cesarianas em Itapetininga

Tendência no município é o inverso do que acontece no restante do país.
Em 2015, 51% dos nascimentos em Itapetininga foram por partos normais.


A escolha por parto normal tem crescido no município de Itapetininga (SP), de acordo com um levantamento feito pelas unidades hospitalares da cidade. Em 2015, 51% dos mais de 2,7 mil nascimentos realizados na cidade foram através de parto normal. O levantamento também constatou que houve um aumento de 16% no período de um ano, pois em 2014 foram 1.188 partos normais realizados na cidade. Já em 2015, o número subiu para 1.386.
Partos normais já são maioria em Itapetininga (Foto: Reprodução/TV TEM)
Os dados refletem uma realidade diferente de outras cidades do Brasil. Conforme o Ministério da Saúde, uma pesquisa constatou que 55% dos nascimentos feitos em 2015 no país tiveram intervenção cirúrgica. Segundo o estudo, o Brasil só perde para Holanda e França, onde a porcentagem alcança mais de 80% dos casos. Dianto disso, o Ministério da Saúde lançou um protocolo para incentivar o parto normal e reduzir o número de cesarianas desnecessárias no Brasil.
Mas a preferência pelo parto normal em Itapetininga não surpreende a enfermeira obstetra Carolina Rodrigues Costa, que acredita que o aumento dos partos normais se deve ao fato de que os hospitais do município começaram a oferecer cursos preparatórios para as mães. “O número de partos normais é o reflexo de um trabalho de reeducação estrutural e física nas unidades, além dos cursos para as gestantes”, esclarece Carolina.
O médico obstetra Marcelo Tetsuo Ikegami reforça a importância dos especialistas orientarem  as mães em relação ao tipo de parto. “O médico do pré-natal é muito importante, porque a paciente cria um vínculo por passar bastante tempo com o profissional. Quanto mais cedo as pacientes receberem orientações durante a fase de acompanhamento, mais elas optam pelo parto normal”, diz.

A enfermeira obstetra Carolina Rodrigues Costa conta que há grandes riscos na realização de cesarianas. “O parto cesariano a gente diz que não é parto, é uma cirurgia de grande porte. Quando ela é indicada para salvar a mãe e o bebê, ela supera os riscos. Porém, em casos não indicados, os riscos se tornam maiores do que os benefícios”, explica.
Segundo a doula Samara Barth, que é a responsável por dar suporte físico e psicológico para as gestantes em um hospital de Itapetininga, a opção pelo procedimento natural é amplamente vantajosa. “Além da recuperação mais rápida, o parto normal fortalece o vínculo familiar e o contato entre a mãe e o bebê”, afirma.
Mãe há poucos dias, a funcionária pública Lucy Mara Nicoletti destaca que não teve dúvidas para escolher pelo parto normal. “A gente esquece a dor do parto depois que recebe o bebê. Em menos de três minutos ela já estava mamando e ficou seis horas comigo ainda”, finaliza.
Orientação de mães elevou número de partos normais, dizem especialistas (Foto: Reprodução/TV TEM)
Fonte: G1

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