Menino ferido por peixe em Ilha Comprida volta para casa, e mãe descarta trauma: 'Imprevistos acontecem'

 Carlos Alexandre mora em Itapetininga (SP) e estava passando o feriado com o pai em Ilha Comprida quando ocorreu o acidente. Criança levou quatro pontos na perna e a bermuda dela rasgou; prefeitura diz que ataque pode ter sido de arraia ou outro peixe ósseo.


O menino de 11 anos que foi ferido por um peixe em uma praia de Ilha Comprida (SP) voltou para Itapetininga (SP), onde mora com a mãe. Apesar do susto, Cinthia Araújo contou que o filho não ficou com traumas e vai continuar visitando o mar.

O caso ganhou repercussão depois que a prefeitura informou que o menino ficou ferido ao esbarrar em tubarão. Porém, a administração municipal voltou atrás e comunicou nesta terça-feira (16), que o ferimento sofrido por Carlos Alexandre Oliveira Marques, de 11 anos, não foi causado por tubarão. Ainda não é possível confirmar qual animal foi responsável pelo incidente.

"Acidentes acontecem, imprevistos acontecem e não tenho mais receio. A praia é assim mesmo, é moradia dos peixinhos e temos que ir sim. Não tenho medo não. Ele não ficou com trauma e falou que vai de novo, mas com cautela. A gente tem que ter mais cuidado e ficar mais esperto", afirma Cinthia.

Carlos saiu do interior de São Paulo no sábado (13) para passar o feriado prolongado com o pai, que mora no litoral paulista. Ele contou para a mãe que estava com o irmão mais velho e o primo no mar, na Praia do Boqueirão, quando encontrou "o tubarão".

"Gritaram 'tubarão' e meu menino ficou por último. Meu filho mais velho foi correndo para pegá-lo, mas viu 'os tubarões' mergulhando e não deu para chegar. Ele viu o mais novo chacoalhando a perna e o Carlos conseguiu andar até a praia", explica.

"Eu percebi que o 'tubarão' estava mordendo minha perna porque eu vi saindo bolinha na água. Aí olhei para a minha perna e vi que era um tubarão, aí mexi minha perna bem rápido e ele foi embora", lembra o menino.

Depois que chegou à areia, Carlos contou que um banhista o pegou no colo e o levou até o salva-vidas. O menino foi socorrido de ambulância até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade e levou quatro pontos na perna

"Eu fiquei desesperado porque minha perna estava cheia de sangue, aí pensei o pior. Mas depois que os médicos lavaram, eu vi que era só um cortezinho e fiquei mais calmo", relata o menino.

"Eu fiquei assustada, mas ele me acalmou e logo vi meu menino deitado, já com ponto, enfaixado, medicado. No momento fiquei nervosa, queria saber o que houve porque não é comum ataque com filhote de tubarão na praia, mas graças a Deus deu tudo certo e o Carlinhos já está aqui sob os meus cuidados", disse a mãe.

O que diz a prefeitura

Inicialmente, em nota, a prefeitura de Ilha Comprida afirmou que um cardume de cações, em deslocamento do Sul para o Leste do país, esbarrou na criança e a feriu, causando uma lesão sem gravidade na perna esquerda, segundo informação do sargento Nunes, do Corpo de Bombeiros, que acompanhou a ocorrência.

De acordo com a administração, a criança foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento, levou pontos na coxa esquerda e está bem. Ainda conforme a prefeitura, o sargento Nunes informou que não houve evidência de ataque, nem marca de mordida.

Para o sargento, o cardume estava em deslocamento na zona de arrebentação de ondas - o que não é normal -, pode ter se assustado com o movimento de banhistas e esbarrado na criança, causando o ferimento.

Apesar disso, após análise técnica de vídeos, entrevistas e fotos do ferimento na criança, a prefeitura de Ilha Comprida informou, na terça-feira, que a equipe técnica do Projeto Elasmocategorias concluiu que o incidente não foi causado por alguma espécie de tubarão (ou cação).

Para os especialistas, o ferimento provavelmente foi provocado por um cardume de arraias ticonha (Rhinoptera bonasus e R. brasiliensis), muito comuns na região, ou outra espécie de peixe ósseo.



Fonte:  G1

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