Aluno tenta 3º diploma e sonha em dar aulas: 'Professor deve ser aplaudido'

Jovem teve até passagem paga por professora para continuar a estudar.
'Estar na sala de aula com alunos é o que amo', diz jovem de Itapetininga.


Aos 22 anos, enquanto muitos universitários ainda tentam a primeira graduação, o jovem Antônio Carlos Camilo, de Itapetininga (SP), já soma dois cursos superiores, a maioria deles como bolsista ou em instituições públicas, e atualmente tenta o terceiro diploma. Já formado em licenciatura em música e matemática, Camilo atualmente estuda licenciatura em física. Todas essas especializações tem como objetivo alcançar um sonho: ser professor universitário.
“Estar na sala de aula em frente aos alunos é o que amo, esse sempre foi meu sonho. É uma profissão muito bonita. Até já ouvi falar que o professor, depois da aula, deveria ser aplaudido pelos alunos, pois é como uma apresentação artística”, conta em entrevista.
Para Camilo, o sonho de dar aulas em faculdades ou universidades já está encaminhado. Isso porque o jovem já lecionou matemática em escola pública da cidade e atualmente trabalha como professor de violão no Projeto Guri em Itapetininga. Na área musical, além do curso de licenciatura, o jovem fez quatro anos de violão erudito no Conservatório de Tatuí (SP). “Minha meta é começar a fazer mestrado do curso de ciência dos materiais na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em 2017”, afirma.
egundo o jovem, ele conseguiu estudar tantas matérias diferentes porque começou a se esforçar quando ainda estava na escola estadual em que fez o ensino médio. “Sempre fui o ‘nerd’ da sala, aquele aluno que os professores gostam”, diz.
Uma disciplina atrás da outra
Camilo lembra que aprendeu o básico do violão em um projeto social da cidade entre 2006 e 2008. Entre 2009 e 2012 estudou violão erudito no Conservatório de Tatuí. Ainda em 2011 terminou o ensino médio e  começou, no ano seguinte, a cursar licenciatura em matemática em uma faculdade particular do município. Antônio foi aprovado como bolsista pelo Programa Universidade para Todos (Prouni). 
As aulas de matemática acabaram em 2014, mas ele continuou a estudar no Conservatório de Tatuí entre 2012 e 2014 no aperfeiçoamento em violão erudito. Entre 2015 e 2016, fez licenciatura em música por uma faculdade à distância particular. Ainda em 2015, foi aprovado no vestibular de licenciatura em física pelo Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia (IFSP) em Itapetininga.
O curso acabará em 2018, diz ele. “Começaram 30 alunos, hoje estão somente seis contando comigo. Até agora acho até que a matemática é mais difícil, porque lida com a noção do abstrato, enquanto a física fala das leis da natureza”, comenta.
Antonio (centro) já estudou música, matemática, física e sonha em ser professor (Foto: Arquivo Pessoal/ Antonio Camilo)
Fonte: G1

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