Jovem tatua rosto do pai que morreu: 'Para ter ele sempre comigo'

Rafael Melo gravou o sorriso do pai, Ademar Melo, no aniversário de morte.
'Foi uma forma de homenagem', diz comerciante de Itapetininga.


Após um ano da morte do pai e no seu segundo Dia dos Pais sem a presença dele, o jovem de Itapetininga (SP) Rafael Melo, de 28 anos, decidiu que este ano iria "eternizar" o seu melhor amigo no próprio corpo. Rafael tatuou o rosto do pai, Ademar Melo, no braço direito. Para ele, foi uma forma de tê-lo para sempre por perto.
"Foi uma homenagem e para ter ele comigo para sempre. Convivia com ele todos os dias. Eu saía do emprego e vinha ajudá-lo no trabalho dele, que era dono de um bar. Aliás, ajudava desde criança e até poucos dias dele morrer quando já estava frágil. Até por ser filho único nossa relação era de muita amizade”, conta.
Segundo Rafael, o pai dele morreu dia 11 de julho de 2015, aos 54 anos, vítima de parada cardíaca. A tatuagem foi feita no aniversário de um ano da morte em um estúdio em Itapetininga. A foto escolhida para ficar gravada na pele foi uma que que mostra o sorriso do pai, justamente para celebrar a alegria de Ademar.
“Esta foi a terceira tatuagem que fiz, sendo as duas primeiras uma tribal e uma com o nome do meu filho, Arthur, de cinco anos. A tatuagem com o rosto do meu pai foi feita em apenas uma sessão que durou quatro horas. Pesquisei muito até achar um estúdio que confiasse o bastante para desenhar a fotografia dele. Fiquei muito feliz com o resultado. Meu pai era uma pessoa muito alegre, um bom amigo e um verdadeiro pai. Escolhi a foto dele sorrindo para me lembrar dos nossos bons momentos e não dos últimos dias dele, quando estava doente e frágil”, comenta.
Um ano após a morte do pai , Eduardo afirma que por um lado a dor da perda diminuiu, mas a dor da saudade aumentou. “Foi difícil nos primeiros meses abrir o bar sabendo que ele não estaria lá. Aceitar a morte dele foi algo muito difícil, saber que não poderei mais conversar e estar do lado dele A presença dele faz muita falta”, confessa.
Mesma paixão
O jovem conta que também puxou do pai o gosto pelo mesmo trabalho. Ademar e a mãe dele, Maria Aparecida Melo de Almeida, de 59 anos, foram donos de um bar na Vila Rio Branco por 30 anos. Agora sem o pai, o jovem, que trabalhava como eletrotécnico, assumiu o negócio.
"Minha mãe continua aqui por enquanto, mas se aposentará ainda este ano. Depois disso vou contratar alguém para me ajudar, porque abrimos de manhã e ficamos até a noite ou até madrugada. Tenho que manter o comércio que é o sustento da família por décadas”, explica.
Ainda segundo Rafael, ele afirma que vai buscar levar uma vida saudável para que consiga ficar ao lado do filho por muitos anos. “Eu já não fumo e quero trabalhar menos que meu pai, pois às vezes ele ficava das 9h até de madrugada, uma rotina muito desgastante. Tenho que me cuidar para estar do lado do meu filho Artur, que é tudo para mim, porque a presença de um pai faz muita falta”, ressalta.
Baseado em fotografia, jovem tatuou rosto do pai (Foto: Caio Gomes Silveira/ G1)
Fonte: G1

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