Policial fez faculdade após se aposentar e tenta aprovação pela 2ª vez.
Já um trio de amigas de Itapetininga faz a prova pela quinta vez; 'É a última.'
A primeira etapa do XIX Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi realizada na tarde deste domingo (3) em todo o país. Ao todo, mais de 135 mil inscritos prestaram a prova, que começou às 13h. Em Itapetininga (SP), interior de São Paulo (SP), os portões do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) foram fechados pontualmente.
Um dos 239 candidatos que prestou o exame em Itapetininga foi o policial militar aposentado, Clóvis Carvalho Pacheco, de 48 anos. Clóvis conta que começou a estudar direito depois que se aposentou da PM e que sempre desejou atuar como advogado. "Sempre quis, mas não conseguia por causa do trabalho e correria. Quando saiu minha aposentadoria decidi que era hora de voltar para a sala de aula e estudar."
Esta é a segunda vez que ele está prestando o exame da Ordem e diz que tem que estar bem preparado para ser aprovado. Para o PM aposentado, a dificuldade maior é a de se superar e estudar sempre mais. "A expectativa é boa. Apesar de começar tarde [se referindo à idade], tenho vontade de trabalhar nessa área. O segredo para passar na prova é a preparação."
Ainda segundo Clóvis, ele também decidiu estudar após a aposentaria para incentivar os filhos e a esposa a fazerem ensino superior. "Queria incentivá-los e mostrar que é importante estudar. Minha esposa viu a minha força de vontade e começou a estudar direito. Está no terceiro ano e já começou a se preparar para o exame quando se formar", ressalta.
Persistência
As três amigas Camila Ramos, Dirlene Rodrigues e Patrícia Barros estão tentando pela quinta vez a aprovação no exame da OAB. Sempre unidas, elas fizeram faculdade, cursinho preparatório e agora a prova da OAB juntas.
As três amigas Camila Ramos, Dirlene Rodrigues e Patrícia Barros estão tentando pela quinta vez a aprovação no exame da OAB. Sempre unidas, elas fizeram faculdade, cursinho preparatório e agora a prova da OAB juntas.
"A amizade só fortaleceu. Nos formamos juntas, fizemos cursinho juntas e as provas também. Uma incentiva a outra", diz Camila.
Para as amigas, a maior dificuldade são as questões de direito constitucional. "Elas são extensas e nos cansa demais. O segredo é ter resistência física e emocional", conta Patrícia.
Apesar de tanta persistência, Dirlene revela que esta será a última vez para elas. "Estamos determinadas que essa é a última vez que fazemos exames juntas. Olha, não é fácil cuidar da casa, trabalhar e estudar. Então, que esse exame seja 'o exame'", brinca.
A dona de casa Christiane Maia também está em busca de uma aprovação no Exame da Ordem. Formada há dez anos, ela decidiu que queria voltar a trabalhar nessa área e há dois anos ela presta a prova. Segundo Christiane, ela não vai desistir.
"Por eu ter ficado tanto tempo longe da área complica um pouco, sem contar que tenho dois filhos pequenos e casa para cuidar. Mas não vou desistir e quero poder passar no Exame da Ordem para voltar a trabalhar. Minha expectativa são as melhores, pois estudei e me dediquei para ter um bom resultado", conta.
Fonte: G1