Terreno com lixo e gavetas alerta para risco de dengue: 'Falta de respeito'

- Moradores alegam falta de apoio do poder público em bairro de Itapetininga.
Executivo informou que local está previsto para receber limpeza em 15 dias.


Mato alto, lixo e até gavetas de armário abandonadas somam possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, chikungunya e zika vírus, em um terreno na Vila Alves, em Itapetininga (SP). Segundo alguns moradores, os órgãos responsáveis não executaram nenhuma limpeza no local. “É muita falta de respeito com a gente. Temos crianças, não só eu como os vizinhos, e o local é passagem para eles irem à escola”, afirma a merendeira Raquel Sebastião Rodrigues.
A Secretaria de Obras e Serviços informou que intensificou a limpeza de terrenos baldios no município. O órgão disse que existe um cronograma de serviços previstos nas vilas Alves e Godoy até 1° de janeiro.
O auxiliar Marcos Tadeu de Souza mora na Vila Godoy e conta que ao lado da casa o mato de um terreno ultrapassou os muros. Ele comenta que bichos como escorpiões, aranhas e até lagartos já apareceram dentro da residência por conta do problema. No entanto, para ele, a maior preocupação diz respeito aomosquito. “Eu cuido do que é meu, mas o que adianta o vizinho não cuidar do que é dele?”, questiona.
<b>Denúncia de terrenos</b>
A reportagem da TV TEM foi até a prefeitura para saber o que os moradores podem fazer quando encontrarem terrenos abandonados. O Executivo explicou que quando o mato atingir 30 centímetros, a população pode acionar o setor de fiscalização e, depois disso, o proprietário tem 45 dias para fazer a limpeza. Caso a ordem não seja cumprida, o dono da área poderá ser multado em até R$ 1,3 mil.
Segundo o agente de combate à dengue Wagner Gonçalves, o maior problema é que, enquanto os proprietários levam 45 dias para limpar os terrenos, os mosquitos se reproduzem cada vez mais rápidos.“O ciclo do mosquito quebrou. Nós tínhamos o ciclo de sete a 12 dias, agora o período passou de cinco a sete dias. O mosquito fêmea nasce, se acasala e logo vai procurar um recipiente com água para depositar os ovos e, assim que os ovos são depositados, eles crescem e o mosquito já se torna um adulto. Tudo acontece em um período muito curto”, esclarece Gonçalves.
O agente ainda alerta sobre a dificuldade em conter a evolução da dengue neste período do ano. “Devido à demanda que o município tem de terrenos abandonados e baldios com mato alto e entulho, dando condições à perpetuação da espécie, fica difícil de combater os mosquitos”, completa.

Ciclo do mosquito está mais curto, aponta agente epidemiológico (Foto: Reprodução/TV TEM)


fonte: G1

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