'Só farmácias autorizadas fazem curativos', diz Conselho Regional

- Mulher se feriu em ferro e reclamou da falta de álcool em Itapetininga (SP).
Prefeitura diz que funcionária não tem autorização para fazer procedimento.

O Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) afirmou que somente farmácias com autorização da Vigilância Sanitária é que podem fazer curativos e qualquer ação semelhante. A afirmação ocorre depois da reclamação da cabeleireira Márcia Bastos Graton, deItapetininga (SP), que disse que não conseguiu álcool para passar em um machucado quando solicitou o produto na farmácia municipal da cidade, na Vila Rio Branco.
O órgão afirma ainda que farmacêuticos não podem fazer atendimento médico, mas que devem encaminhar pacientes para um local adequado como posto de saúde, hospital ou pronto-socorro. E o CRF alerta que o atendimento médico é necessário em qualquer tipo de ferimento para que se conheça a gravidade. Neste caso específico, disse ainda que a profissional agiu de forma ideal, mas que seria permitido a ela entregar o soro fisiológico para a cabeleireira se limpar.
Ferro no estacionamento
Márcia conta ter se ferido em um ferro abandonado no estacionamento da farmácia municipal quando desceu do carro. “Fui pedir assistência lá dentro para a farmacêutica e ela falou que, infelizmente, não poderia fazer nada. Pedi um pouco de álcool para passar no machucado, e ela disse que não tinha. Perguntei: Como em uma farmácia não tem álcool?, e ela só disse que não podia fazer nada”, diz Márcia.
Eliane Maria Leite, a profissional que atendeu a cabeleireira, nega versão dada à TV TEM. Segundo a farmacêutica, as funcionárias do local deram um álcool próprio para limpeza do machucado, contrariando a ordem dada por ela na ocasião dos fatos.
"Ela chegou irritada e foi sem educação quando pediu que fizéssemos alguma coisa com o ferimento dela. Mas a farmácia não tem local adequado para esse atendimento, e eu também não sou autorizada a fazer isso. O farmacêutico às vezes nega o que o paciente pede para protegê-lo de possíveis problemas futuros, como uma infecção, por exemplo. O álcool que temos na farmácia não é adequado e, ainda assim, foi dado à cabeleireira. Nem mesmo em casos graves nós podemos fazer curativo. Em casos de risco temos que chamar a emergência. Aqui mesmo, por exemplo, já teve cinco casos de pessoas que tiveram convulsões e acionamos o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)."
Ainda segundo Eliane, no local não há produtos de limpeza e curativo em ferimentos, como soro fisiológico e antisséptico, porque a farmácia oferece apenas medicamentos de uso contínuo. "A farmácia municipal é um lugar somente para distribuir medicamentos."
Prefeitura e Conselho
A Prefeitura de Itapetininga disse apenas que a funcionária não está autorizada a realizar nenhum procedimento médico. Em caso de ferimentos, a instrução é que a funcionária oriente o morador a procurar um posto de saúde, pronto-atendimento ou hospital, reforça o Executivo.
Moradora mostra ferro em que bateu e feriu a perna (Foto: Reprodução/ TV TEM)
fonte: G1

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