- Dia do Sapateiro é comemorado neste domingo (25): 'Tenho orgulho', diz Zé.
Aos 71 anos, ele é um de quatro profissionais do ramo em Itapetininga (SP).
Trabalhando como sapateiro há 56 anos, José Ramachote Sobrinho, ou Zé Ramachote como é conhecido em Itapetininga (SP), lembra que neste domingo (25) é comemorado o Dia do Sapateiro: “Hoje estou com 71 anos e vou seguir até aguentar. Com a profissão construí e sustento minha casa: criei três filhas e tenho sete netos. Sou muito orgulhoso da minha carreira”, conta emocionado.
No pequeno comércio de 3 metros quadrados localizado na região central da cidade, Ramachote recebe semanalmente dezenas de fregueses, alguns fiéis, que levam sapatos, tênis e até bolsas em couro para conserto. O ponto é o mesmo há 46 anos, assim como os móveis, máquinas de trabalho e a placa de entrada, o que faz parecer que o local parou no tempo. “As coisas são as mesmas, só fui mantendo.”
Sem internet, celular, computador, telefone e televisão, somente o rádio ajuda o sapateiro a se distrair nas horas de descanso ao ouvir notícias e músicas. “Qualquer eletrônico atrapalha, porque preciso de muita concentração e atenção. O trabalha manual é com faca que pode cortar o produto do cliente ou a mão, ou com tinta que pode estragar o sapato ou tênis.”
Trabalho em extinção?
Segundo o sapateiro, apenas quatro profissionais do ramo atuam no Centro da cidade, que tem 155,7 mil habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Antigamente brotava sapateiro em todos os cantos, quando comecei tinha uns 90. Com o tempo os sapatos industriais chegaram e tornaram o calçado descartável. Eu mesmo, dependendo do produto, acabo aconselhando o cliente a comprar outro”, afirma o profissional que faz serviços de R$ 10 a R$ 130.
Segundo o sapateiro, apenas quatro profissionais do ramo atuam no Centro da cidade, que tem 155,7 mil habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Antigamente brotava sapateiro em todos os cantos, quando comecei tinha uns 90. Com o tempo os sapatos industriais chegaram e tornaram o calçado descartável. Eu mesmo, dependendo do produto, acabo aconselhando o cliente a comprar outro”, afirma o profissional que faz serviços de R$ 10 a R$ 130.
Único a seguir a carreira na família, Ramachote acredita que a profissão encaminha à extinção. “Da cidade eu sou um dos mais novos a trabalhar com isso, o único que conheço mais jovem é um rapaz de 34 anos. Assim como o trabalho do alfaiate está desaparecendo acontece com os sapateiros. As indústrias tornaram os produtos descartáveis e muito mais baratos que o manual, não há como lutar”, finaliza.
Diferenças do tempo
Zé Ramachote começou a trabalhar aos 12 anos como engraxate e aos 15 aprendeu a consertar e fazer sandálias femininas que eram vendidas em armazéns. A diferença entre o que era produzido no passado e agora é grande, diz ele. “A moda sofreu uma mudança muito grande. Os sapatos de antigamente tinham mais qualidade, era tudo de couro legítimo. Hoje em dia é tudo de plástico e papelão. Aquilo sobre couro sintético não existe, é plástico”, conclui ele.
Zé Ramachote começou a trabalhar aos 12 anos como engraxate e aos 15 aprendeu a consertar e fazer sandálias femininas que eram vendidas em armazéns. A diferença entre o que era produzido no passado e agora é grande, diz ele. “A moda sofreu uma mudança muito grande. Os sapatos de antigamente tinham mais qualidade, era tudo de couro legítimo. Hoje em dia é tudo de plástico e papelão. Aquilo sobre couro sintético não existe, é plástico”, conclui ele.
Apesar das dificuldades, trabalho ainda existe para ser feito, tanto é que o sapateiro trabalha de segunda a segunda, intercalando algumas folgas em domingo algumas vezes por mês. “Hoje é muito mais difícil de arrumar um calçado. Você tem que saber como desmonta, como vai trabalhar nele, senão acaba estragando ao invés de consertar”, explica.
Nem tudo é perfeito
Mesmo com o trabalho já reconhecido pelos clientes, Ramachote conta que os erros são inevitáveis. Situações que lembra com humor ao G1. “Já aconteceu de pintar sapato de cor errada. Era um sapato branco e eu acabei pintando de preto. O pior de tudo é que o calçado era novo e de uma marca cara. O bom é que a cliente gostou”, brinca o sapateiro.
Mesmo com o trabalho já reconhecido pelos clientes, Ramachote conta que os erros são inevitáveis. Situações que lembra com humor ao G1. “Já aconteceu de pintar sapato de cor errada. Era um sapato branco e eu acabei pintando de preto. O pior de tudo é que o calçado era novo e de uma marca cara. O bom é que a cliente gostou”, brinca o sapateiro.
Outra situação engraçada teria acontecido na frente do cliente. “Como eu tenho um pouco de dificuldade pra enxergar, um dia eu estava engraxando um sapato vinho com tinta preta. Só fui perceber porque o cliente chamou minha atenção. Sorte que estava começando o serviço e consegui remover tudo (risos)” relembra.
fonte: G1