Mulheres denunciam casos de importunação sexual em Itapetininga: 'Vivo com medo'

 Mulheres contaram que suspeitam que o homem que agrediu e tentou estuprar uma jovem na Vila Carolina seja o mesmo que as assediaram. Câmera de segurança flagrou o carro do suspeito, que é o mesmo em pelo menos duas ocorrências.


Após a denúncia contra um pedreiro suspeito de agredir e tentar estuprar uma cliente em Itapetininga (SP), duas mulheres que foram vítimas de importunação sexual na cidade afirmaram que suspeitam que o homem seja o mesmo que as abordaram.

Uma das vítimas contou que, no dia 10 de agosto, foi abordada pelo motorista de um carro na Rua Pedro Moreira. Ela cedeu imagens da câmera de segurança que flagraram parte da ação.

No vídeo, é possível ver um carro estacionado ao lado da calçada. Em seguida, uma mulher de capuz aparece caminhando e para ao chegar perto do veículo. Depois, as imagens mostram que o carro sai do local e a mulher corre atrás dele.

Segundo a moradora contou que, no momento em que olhou para dentro do carro, ela percebeu que o motorista estava se masturbando.

"Ele falava: 'entra no meu carro agora antes que eu desça te pegar'. Fiquei apavorada e comecei a gritar. Foi aí que ele fugiu, mas eu consegui tirar uma foto do carro", lembra a vítima, que preferiu não se identificar.

Depois do ocorrido, a mulher foi até a Polícia Civil e registrou um boletim de ocorrência, onde foi constatado que o suspeito já respondia por importunação sexual desde 2019, segundo a vítima.

"Pelas fotos que vazaram, esse pedreiro é o mesmo que me atacou. Parei de sair desacompanhada. Vivo com medo", relata a mulher.

Ao tomar conhecimento de que o pedreiro teria agredido e tentado estuprar uma jovem de 29 anos em 27 de agosto, a mulher decidiu expor a sua história nas redes sociais. Por meio do compartilhamento, ela descobriu outras vítimas em comum, entre elas, uma mulher que havia relatado sua história.

Outra vítima

A segunda vítima contou que foi abordada por uma homem na Avenida Dr João Lobato, no dia 13 de setembro de 2019. Segundo ela, ao se aproximar, o suspeito passou a mão nas suas partes íntimas, e ela reagiu acertando uma garrafa plástica nele.

A vítima disse que o seu companheiro tentou ajudar, mas o agressor fugiu. Durante a ação, ela conseguiu tirar uma foto do carro usado pelo suspeito.

Segundo o boletim de ocorrência, o veículo é o mesmo utilizado no assédio da outra vítima, no último dia 10 de agosto, que aparece nas imagens gravadas pela câmera de segurança.

"Sei que o meu caso não foi tão grave quanto a da vítima mais recente, mas a Justiça retardou. Ele já tem várias passagens por agressão e assédio. Como pode estar solto? Estão esperando uma mulher morrer para fazerem algo?", questiona a vítima, que também não quis ter a identidade revelada.

Com o boletim de ocorrência, a mulher deu continuidade ao processo. Apesar disso, ela contou que o homem não atendeu as intimações e não compareceu às audiências.

"Vivo assustada. Sei que ele vigia antes de agir. Pelas descrições e fotos que estão compartilhando, esse pedreiro é o mesmo que me assediou. Ele é um risco a todas as mulheres. Isso precisa ser investigado", desabafa.

Investigação

Questionada sobre a relação dos casos relatados pelas vítimas, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que todos eles estão sendo investigados pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Itapetininga.

Ainda segundo a SSP, todos os detalhes da investigação serão preservados, pois os relatos demandam sigilo. Na segunda-feira (30), o órgão informou que a DDM realizava diligências para identificar e prender o suspeito do caso mais recente, que agrediu e tentou estuprar a jovem de 29 anos.



Fonte: G1

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