Criança morava com o pai em Pardinho (SP) e foi morta enquanto passava férias escolares com a mãe e o padrasto em Avaré. Segundo a polícia, irmão da vítima, de 10 anos, também teve vários ferimentos e contou que era torturado pelo padrasto com choques elétricos.
Uma vizinha do menino Carlos Henrique Santos do Carmo, de 7 anos e que foi torturado até a morte, em Avaré (SP), contou que tentou reanimar a criança e acionou o socorro após achá-la caída na rua, na quarta-feira (4).
O padrasto Dione Teixeira dos Reis, de 28 anos, foi preso preventivamente por suspeita de torturar o enteado e o irmão dele, de 10 anos. A mãe dos meninos, Sara Santos da Fonseca, também teve a prisão decretada pela Justiça e foi detida na noite desta quinta-feira (5).
De acordo com Celina Mafra, Carlos Henrique estava com o padrasto na escada de uma igreja no bairro Vila Esperança. O homem disse para ela que o menino tinha se afogado com leite.
“Eu perguntei se ele tinha chamado o Samu, e ele falou que não ainda. Então, eu liguei no Samu, que atendeu rapidinho. Eu fiquei muito nervosa na hora porque eu não via a respiração da criança”, lembra Celina.
A vizinha contou que o padrasto estava muito nervoso e tentou reanimar a criança até a chegada da polícia e do Samu. Abalada, Celina disse que nunca vai esquecer a cena que presenciou.
“Ele tentou reanimar de todo jeito que podia, mas eu vi que ele estava muito nervoso. Ele relatava que o menino tinha se afogado com leite, mas eu via que não tinha leite na boca do menino e que o menino não tinha mais respiração. Na hora que eu vi que ele estava sem vida praticamente, eu entrei em desespero. Me traumatizou para o resto da vida.”
Segundo a polícia, Carlos Henrique morava com o pai em Pardinho e o crime aconteceu enquanto os meninos passavam as férias escolares com a mãe e o padrasto, em Avaré. A Polícia Civil informou que o homem usava fios elétricos e um balde com água para machucar o menino e o irmão.
À polícia, Dione negou o crime e disse que o menino se afogou com pão e leite no café da manhã. Já a mãe contou que não tinha conhecimento sobre as agressões e que estava trabalhando no momento do ocorrido.
O corpo de Carlos Henrique foi enterrado no Cemitério Municipal de Pardinho nesta quinta-feira (5). Durante o velório, o pai dos meninos pediu justiça e disse que sempre ligava para as crianças quando elas estavam na casa da mãe e que nunca ficou sabendo das agressões.
"Estava passando 15 dias com a mãe lá e aconteceu isso aí. Ligava lá e nunca tinha acontecido nada, não falava nada. Foram me buscar no serviço para falar que o moleque está morto. [...] Nada vai trazer meu filho de volta", desabafou Tiago José do Carmo.