Vídeo mostra turistas no mar em Noronha momentos antes de mergulho que terminou em morte

 José Edvaldo da Silva, de 52 anos, morreu após fazer mergulho usando prancha puxada por barco. Ele foi enterrado na tarde de terça-feira (25), em Ribeirão Branco (SP), cidade onde nasceu e morava com a família.


Vídeos mostram o diretor de escola José Edvaldo da Silva, morador de Ribeirão Branco (SP), momentos antes de morrer ao mergulhar usando uma prancha puxada por um barco, em Fernando de Noronha (PE).

O esporte, chamado "plana sub" foi criado na ilha. O acidente aconteceu na região do Porto de Santo Antônio, na tarde da quinta-feira (20).

De acordo com a esposa Elizabeth Verneque Cordeiro Silva, a imagem que mostra o marido no mar foi gravada por outro turista que estava no barco enquanto o casal fazia o mergulho. José Edvaldo é o que aparece na ponta ao lado direito.

Segundo ela, o passeio durou entre 10 e 15 minutos, e o vídeo não registra o momento em que o marido se afogou.

"Não era algo perigoso. As águas eram calmas. Reparei que ele deu uma mergulhada, não era profunda, mas deu. Como ele não tinha experiência, pode ter acontecido alguma coisa embaixo e ele não conseguiu subir de volta. Mas uma coisa que me marcou foi que, antes de mergulhar, ele disse que não iriamos ver o pôr do sol", afirma a esposa.

Já o outro vídeo foi feito por Elizabeth e mostra os dois indo até o barco para fazerem o mergulho. "Vamos lá, mais uma aventura", diz ela na filmagem.

30 anos de casados

 Elizabeth afirmou que estava apenas o casal na viagem e que não era a primeira vez que os dois tinham ido até Noronha.

“Fomos há uns cinco ou seis anos e gostamos muito. Só que quando você vai pela primeira vez não tem a oportunidade de conhecer muita coisa e, por isso, voltamos. Gostávamos muito de caminhar, fazer trilhas, de aventura. Éramos aventureiros. E dessa vez ele planejou para fazermos tudo que queríamos”, explica.

Elizabeth conta que os dois já tinham feito o mergulho na primeira vez que estiveram na ilha. A diferença, segundo ela, é que da primeira vez o passeio foi puxado por uma lancha e seria individual.

“Desta vez foi um catamarã e eram sete pessoas puxadas pela corda. Fomos de boa. Já sabíamos como que era. Inclusive esse passeio de barco já tinha sido marcado desde casa. Antes de chegarmos tinha agendado. Ele queria muito fazer esse passeio. Perdemos o agendamento da terça porque estávamos numa trilha, mas assim que voltamos para a pousada, ele remarcou para quinta.”

A esposa conta ainda que não ficou ao lado do marido durante o passeio e, aparentemente, tudo tinha corrido bem. Contudo, quando subiu no barco, achou que José Edvaldo já estava lá. Isso porque, como ela tinha dificuldades e usava um colete, demorou um pouco mais para sair da água.

Orgulhosa de ter conseguido completar o passeio, tentou procurar o marido no barco para compartilhar a experiência, mas não o encontrou.

“Um moço falou pra mim que achava que ele poderia estar no banheiro. Fiquei nervosa na hora, em pânico. Quando vi a porta do banheiro fechada, fiquei aliviada. Mas bateram e tiveram que arrombar. Ele não estava lá. Me ajoelhei no barco e fiz uma oração.”

Segundo ela, o Corpo de Bombeiros chegou muito rápido e todos que sabiam nadar pularam na água para tentar achar o marido. "A alguns metros do barco, cheguei a ver uma mão fazendo sinal, pedindo ajuda. Achei que era meu marido, mas era uma mergulhadora", diz.

A profissional trabalhava na área e resgatou o marido de Elizabeth do fundo do mar. Os bombeiros chegaram logo depois e socorreram Edvaldo.

Elizabeth conta que o médico avisou que tinha conseguido recuperar os batimentos cardíacos de José Edvaldo. Ela já estava na pousada se preparando para a transferência para a capital pernambucana, quando sentiu que deveria voltar ao hospital. Foi quando recebeu a notícia que o marido não tinha resistido.

Apesar da dor, a mulher conta que não se sentiu desamparada nem por um minuto na ilha.

“Comoveu a ilha, é um lugar pequeno. Todos ficaram sabendo praticamente na hora e todos muito carinhosos. Não me senti sozinha. Todos da pousada, do passeio, os médicos, funcionários do hospital, bombeiros, a Roberta, que é mergulhadora, me ajudaram. Eu recebi mensagens de gente que eu nem consegui responder ainda”.

José Edvaldo da Silva, de 52 anos, foi enterrado na tarde de terça-feira (25), em Ribeirão Branco, cidade onde nasceu e morava com a família no interior de São Paulo.



Fonte: G1




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