Projeto exige curso superior a funcionários comissionados da Prefeitura de Itapetininga

Proposta que tramita na Câmara foi enviada pelo próprio Executivo, após pedido da Justiça. A partir da sanção, comissionados sem ensino superior terão prazo de adequação.

m projeto de lei que tramita na Câmara de Itapetininga (SP) exige que os funcionários públicos comissionados da prefeitura tenham curso superior. Discutido pela primeira vez em sessão na segunda-feira (15), a proposta foi enviada pelo próprio Executivo em 8 de maio depois que a Justiça pediu a readequação dos comissionados (leia abaixo as respostas da prefeitura e Justiça).
De acordo com o presidente do Legislativo, Etson Brun (REDE), se a proposta seguir para sanção, os atuais comissionados que não têm curso superior terão o prazo de alguns meses para se matricularem em alguma faculdade ou universidade. Atualmente, são 161 cargos comissionados na prefeitura, 35% deles de concursados.
“Se de um dia para outro todos os comissionados sem curso superior foram demitidos corre o risco de haver prejuízos à população. Então ele terá um prazo de adequação. Se isso não acontecer, ele voltará ao cargo para qual passou em concurso ou será demitido. Já com os novos funcionários comissionados será obrigatória a comprovação de ensino superior. Caso a pessoa esteja cursando, vai precisar comprovar a cada seis meses”, explica.
O projeto também prevê a descrição das funções de cada funcionário. Hoje em dia, os comissionados são descritos apenas pela secretaria ou departamento, não sendo descrita a função.
No mesmo projeto a Prefeitura de Itapetininga pede a redução no número de secretarias. Atualmente são 14, mas se o projeto for aprovado serão 13 Pastas, pois as secretarias de Governo e Gabinete passariam a ser uma só.
Depois da discussão, o presidente da Câmara pediu vistas, isto é, o adiamento da decisão. O projeto de lei será discutido novamente na próxima segunda-feira (22). Segundo Brun, o prazo máximo para que o projeto volte à Prefeitura é 6 de junho.

Respostas da prefeitura e Justiça

A Prefeitura de Itapetininga informou que a reestruturação das secretarias e dos cargos em comissão tem como objetivo a descrição de cada função e o nível de formação dos contratados. Essa reestruturação é para colocar as funções adequadas conforme a constituição federal, diz o Executivo.
Com a lei complementar, haverá a desburocratização nas secretarias e maior qualificação técnica dos funcionários, segundo a prefeitura. Hoje, estão contratados 104 funcionários em comissão e 57 funcionários efetivos em comissão. O mínimo obrigatório de contratados efetivos em comissão é de 30%. Atualmente, o quadro representa 35%.

De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), a prefeitura pediu a suspensão do prazo de 120 dias para a nova lei. Na segunda-feira, o tribunal de justiça despachou um novo prazo de dez dias, a partir da data de notificação, para apresentar como está o processo de elaboração da lei. A prefeitura informou que já está ciente.

Sessão da Câmara discutiu nesta segunda-feira (15) reestruturação de cargos comissionados (Foto: Reprodução/TV TEM)

Fonte: G1

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