'Vou até os 80 ainda', diz idoso que trabalha há 60 anos como feirante

Ezequiel Porfírio aprendeu com o pai e ensinou filhas em Itapetininga.
Dia do Feirante é comemorado nesta quinta-feira (25).


O feirante Ezequiel de Camargo Porfírio, de 68 anos, vende frutas, legumes e verduras na feira livre de Itapetininga (SP) há seis décadas. Segundo o idoso, ele aprendeu com o pai, aos 8 anos de idade, todos os segredos de como trabalhar em uma feira e, desde então, vende os alimentos todas as quintas-feiras e todos os domingos. No Dia do Feirante, celebrado nesta quinta-feira (25), o idoso ressalta que deixar de ser feirante não está em seus planos. “Estou animado e vou até os 80 ainda”, brinca.
De acordo com Ezequiel, sua rotina começa às 3h30, quando sai de casa com os produtos para serem vendidos. Porém, ele conta que, quando jovem, acorda ainda mais cedo.  “Agora acordo mais tarde. Mas quando morava no sitio acordava meia-noite para chegar aqui. Nessa época eu tinha uns 7 ou 8 anos", conta.
Ainda segundo o idoso, montar a barraca é simples e rápido. "Estou bem acostumado em carregar todas as caixas e nem sinto mais. A montagem da barraca tenho prática e é ‘rapidinho’”, completa.
Além da própria barraca de Porfírio, a feira livre de Itapetininga tem como “concorrentes” as duas filhas do feirante. Segundo ele, uma delas também vende legumes, frutas e verduras. E a outra, apenas frutas. Até a neta do feirante, uma menina de 8 anos, já começou a aprender com a mãe os detalhes da profissão. “Quando armo a barraca os clientes já vêm. São acostumados com a gente”, afirma.
Ao todo, a feira livre de Itapetininga conta com 212 barracas. Para quem trabalha no local, como o feirante Wilson Maria Vieira, a profissão chega a ser até um tipo de vicio. "Quando chega a feira tenho que vir, senão é um vazio que fica”, diz. Vieira é feirante há 30 anos.
Já para quem é cliente, como o aposentado Erothides Baptista Rocha, de 80 anos, fazer compras no local, além de necessário, traz uma sensação de nostalgia. “Faz parte da minha vida desde criança. Teve uma época que falaram que ia acabar e eu fiquei triste. Eu gosto muito desse ambiente”, revela.
Feira livre de Itapetininga conta com 212 barracas (Foto: Cláudio Nascimento/ TV TEM)
Fonte: G1

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