Ele e a mãe são cabeleireiros em Itapetininga e sofrem de LER.
Dispositivo é feito com pedal e freio de bicicleta. 'Fui iluminado', diz morador.
Com o objetivo de diminuir as dores nas mãos ao usar a chapinha durante o trabalho, o cabeleireiro de Itapetininga (SP) Luciano Masino inventou um dispositivo com pedal e freios de bicicleta, o qual faz abrir e fechar a chapinha sem usar as mãos. Em entrevista , Luciano contou que a ideia surgiu após ele e sua mãe, que também é cabeleireira, sofrerem de Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e receberem o diganóstico do médico de que seria necessário parar de trabalhar.
“Eu e minha mãe estávamos com dores nas mãos e o médico informou que não poderíamos mais trabalhar. Então, pensei por horas e pedi ajuda para Deus. Até que veio em mente o breque da bicicleta. Fui iluminado com essa invenção. Pensei em várias coisas impossíveis até ter a ideia. Precisei aprimorar umas três vezes, demorando um mês para ficar como está agora”, conta Luciano.
O dispositivo é composto por um pedal que é ligado por fios ao material de freio de bicicletas e também à chapinha. Ao colocar os pés no pedal, a chapinha abre e fecha e as mãos são usadas apenas como apoio. Contudo, Luciano ressalta que é importante colocar o peso do corpo para pressionar o pedal e, assim, evitar uma futura lesão no pé.
"Minha mão já sarou, mas continuo usando porque se tornou muito útil para nós. Temos que usar de forma correta, sempre usando o peso do corpo para pressionar, pois assim evitamos uma futura lesão no pé", afirma.
Para a mãe Marisa Masino, que trabalha como cabelereira há 40 anos, a invenção do filho foi mais do que motivo de orgulho e, sim, motivo de alívio. “Minha mão começou a doer faz tempo, só que eu fui aguentando porque não tinha como parar. Procurei médico e eles falavam para eu parar, senão iria estourar minha mão de uma vez. Aí eu entrei em desespero. Tinha dias que eu não dormia, chorava, pedia para Deus fazer alguma coisa porque eu não podia parar de trabalhar. Até que um dia meu filho começou a pensar em uma invenção”, descreve.
De acordo Luciano, o dispositivo ficou pronto em junho. Ele e a mãe levaram cerca de um mês para se acostumarem a transferir o movimento das mãos aos pés. E o resultado da experiência foi tão positivo que o profissional está patenteando a invenção no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).
“Os papéis estão junto ao Inpi e vou acompanhar o processo de patente. É uma ideia que pode estar ajudando outros. Até tem o nome sugerido pelas clientes: pedal hair, isto é, pedal para cabelo", completa.
Fonte: G1