Avenida que dá acesso à rodovia Raposo Tavares continua sem obras

Avenida Sarutaiá, em Itapetininga (SP), está com cones e lona.
Moradores afirmam que local está abandonado e pedem solução.



A avenida Salvador de Oliveira Leme, principal acesso para a rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Itapetininga (SP), continua sem obras desde o mês de janeiro, quando houve um deslizamento de terra na lateral da pista após um barranco ceder. No local foram colocados cones e uma lona para que impedisse um novo deslizamento e que pedestres evitassem de caminhar pela calçada. Contudo, os moradores reclamam do abandono da avenida e pedem obras.
De acordo com a autônoma Uiara Amorim, o tráfego está confuso e alguns motoristas chegaram a derrubar os cones que foram colocados. “Está bem difícil trafegar por aqui porque a movimentação de carro é muito grande. Tem gente que vê os cones, não respeita e derruba. É complicado porque não tem nenhuma sinalização no local. Mas o maior medo é de que desmorone”, relata.
O pedestre Antônio Aníbal Rodrigues afirma que tem medo de caminhar pela avenida. “Às vezes, nós pedestres, temos que dividir espaço com os veícuos para evitar a pista. O medo é constante”, afirma o soldador Antônio Aníbal Rodrigues.
Em nota, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) esclareceu que o primeiro laudo sobre a instabilidade na avenida apontou que o problema foi gerado em função dos serviços feitos pela concessionária de telefonia Vivo. O órgão também reafirmou que irá cobrar a empresa para que dê início nas obras.
A Vivo informou, em nota, que entrou em contato com a prefeitura, o DER e a Defesa Civil para buscar uma solução definitiva para o acontecido. A empresa disse que o laudo técnico independente, realizado por uma empresa de engenharia especializada no segmento, foi entregue aos órgãos citados.
Este laudo, segundo a Vivo, aponta que a construção do talude, de responsabilidade do DER, foi realizada em desacordo com as recomendações técnicas aplicáveis ao tipo de construção, o que pode ter originado o deslizamento. O documento conclui também que a obra realizada pela operadora, após primeiro deslizamento, está em conformidade com as normas de engenharia e construção.
A  telefônica Vivo informa que aguarda contestação do laudo independente apresentado ou um laudo do DER. A empresa reafirma que está à disposição dos órgãos para esclarecimentos e comprometida com a resolução do caso.
Laudo
Um laudo divulgado no dia 8 de fevereiro pelo Instituto Geológico de São Paulo aponta que há risco de novos deslizamentos de terra na avenida Salvador de Oliveira Leme, a Sarutaiá, em Itapetininga (SP). O documento foi anunciado seis meses depois do fim de uma reforma que custou R$ 2,7 milhões aos cofres públicos. A via é o principal acesso da cidade à rodovia Raposo Tavares (SP-270).
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER), responsável pelo acesso, afirma que recebeu o laudo e está elaborando um projeto para definir as obras que serão executadas. O DER ressalta que uma equipe técnica monitora o trecho e que já cobriu a erosão com uma  lona para evitar que se propague.
Deslizamentos
O primeiro deslizamento de terra no local aconteceu em 13 de janeiro  de 2016 durante uma forte chuva. Um volume de terra se deslocou do barranco, que começa no nível da avenida e termina em uma rua abaixo dela. Na época, a prefeitura fez a interdição da própria via e de quatro casas. Dias depois a avenida foi liberada pelo DER e alguns dos moradores decidiram voltar assinando um termo de responsabilidade.
A dona de casa Maximiliana está fora desse grupo. Ela saiu de seu imóvel e só volta para regar as plantas que ficaram. A residência dela fica bem em frente ao volume de terra que já se deslocou. “Fico bastante preocupada, porque moro aqui há mais de 25 anos. A gente construiu trabalhando muito de sol a sol, e ficamos penalizados por vera casa abandonada, pois não podemos ficar aqui”, conclui.
Entenda a reforma
A avenida Sarutaiá foi interditada em 11 de março de 2015 após uma cratera se abrir por causa das chuvas que atingiram a cidade na época. Poucos dias depois, o buraco formado se expandiu e engoliu metade do trecho.
Na época, a Defesa Civil precisou interditar dez casas e uma creche, próximas à avenida. Adutoras de água e esgoto da Companhia de Saneamento de Água do Estado de São Paulo (Sabesp) se romperam com os seguidos deslizamentos de terra.
Cerca de cinco meses depois do problema, em 7 de agosto, o DER concluiu a reforma da avenida e liberou o trecho. Na ocasião o diretor do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), Alfredo Moreira de Souza Neto, afirmou que o trecho não terira mais problemas.
Cratera engole metade do principal acesso a Itapetininga, SP (Foto: Reprodução/TV TEM)
Fonte: G1

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