Creche atrasa 2 anos para abrir e fila da cidade tem 1,2 mil crianças

- 'Falta da unidade contribui para número alto', afirma morador de Itapetininga.
Secretário de Educação nega e alega que espera é de 700 candidatos.


Com um atraso de dois anos para inaugurar, a creche do Jardim Cambuí contribui para a espera de vagas em creches em Itapetininga (SP). A fila chega no mínimo a 1,2 mil, afirma o funcionário público Moacir Rodrigues de Andrade Júnior, pai da Luiza Aparecida, de 1 ano. “Minha filha é o número 888 da lista de vagas que fica para consulta na creche da Vila Regina, a mais perto de casa. Não sei quem é o último, mas folheando vi nome até o número 1.261. Não procuro só vaga perto de casa, tanto faz se for no Centro ou um pouco longe, vou dar um jeito porque preciso”, fala.
O secretário de Educação de Itapetininga, Geraldo Macedo, nega e afirma que o número de espera chega a 700, quase metade do que Andrade Júnior constatou. “Quando entramos era 1,8 mil vagas reprimidas e hoje estamos com 700. Com todas as obras que temos em construção, até o final do primeiro semestre de 2016 não teremos nenhuma criança fora da escola”, afirma Macedo.
Enquanto Luiza Aparecida não começa a ser atendida em alguma unidade, a mãe Paula de Andrade precisa leva-a ao trabalho. A situação é a mesma desde janeiro deste ano. “Tem que levar ela comigo todos os dias, porque não tem com quem deixar. Atrasa muito meu serviço, o que eu poderia fazer de três a cinco horas, hoje levo de sete a oito horas”, lamenta.
A falta de vagas em creches causou situação semelhante à agora diarista Jocimara Santana Silva. Ela mora na Vila Piedade e, apesar de um anúncio em frente à creche do bairro afirmar ter vagas, ela ainda não conseguiu. A mãe do Enzo Gabriel precisou sair do emprego de auxiliar de limpeza para virar diarista. “Já fui atrás de vagas, inclusive já fiz até carta pedindo o porquê preciso da vaga, quase implorando. E eles continuam dizendo que não tem vagas, mas como não tem se a cada 15 a 20 dias abre inscrição?”, questiona.
Resposta da prefeitura
Sobre o atraso para inauguração da creche do Jardim Cambuí, Macedo afirma ser uma falha do anúncio do governo federal. “A obra foi entregue a parte interna, no dia 29, e esse é um problema das planilhas do governo federal. Eles ‘planilham (sic.)’ tudo, a obra é entregue, nós colocamos no sistema Simec [Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle do Ministério da Educação] e depois temos que licitar o fechamento da escola, que é a obra que está sendo feita agora. De fato a escola já deveria estar pronta se o governo federal licitasse a obra como toda, mas infelizmente ele determina só a parte interna da escola.”
Ainda segundo ele, até o fim de novembro a expectativa é de que a creche esteja funcionando. “A previsão de entrega até o fim da 1° quinzena de novembro, nós temos 47 vagas reprimidas nessa região que vão ser atendidas nesta escola. A Prefeitura a partir de agora não vai utilizar a metodologia tradicional que é essa, que o construtor fica pedindo aditivo de valor e praz e alonga quase uma administração inteira uma obra. Estamos agora com metodologia inovadora na Vila Arruda e Nova Itapetininga, é um ano para concluir a obra”, diz.
Por fim, Macedo afirma que muitas vezes os pais não aceitam que o filho estude longe em um local longe da casa. “Temos demanda reprimida, um problema que nós temos é que os pais querem colocar seus filhos na creche mais perto de casa e muitas vezes essa creche já está superlotada. Quando nos procuram e dizem quer não importa o lugar, encontramos. O problema é que eles indicam só o mais perto de casa, aí procuram a televisão para dizer que não acharam perto, mas temos em outros lugares sim”, alega.
Creche no Jardim Cambuí é construída desde 2013 (Foto: Cláudio Nascimento/ TV TEM)

fonte: G1

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